03 Novembro de 2020 | 09h09 - Actualizado em 03 Novembro de 2020 | 09h09
Presidente da Côte d'Ivoire reeleito para terceiro mandato
Abidjan - O Presidente da Côte d'Ivoire foi reeleito para um terceiro mandato, com 94,27% dos votos, anunciou hoje a Comissão Eleitoral Independente, numa eleição controversa marcada pela violência e pelo boicote da oposição.

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Presidente da Côte d'Ivoire, Alassane Ouattara
Foto: AFP
Alassane Ouattara, de 78 anos, recebeu 3.031.483 votos de um total de 3.215.909 votos expressos no escrutínio, que levou a protestos e violência, tendo activistas da oposição saqueado ou impedido a abertura de algumas das mesas de voto.
De acordo com os resultados anunciados pela comissão eleitoral, o candidato independente Kouadio Konan Bertin ficou em segundo lugar, com 1,99% (64.011 votos).
Outros dois candidatos tinham apelado ao boicote das eleições, mas mesmo assim receberam votos.
O ex-Presidente Henri Konan Bédié terminou em terceiro lugar, com 1,66% (53.330 votos), enquanto o antigo primeiro-ministro Pascal Affi N'Guessan ficou em quarto, com 0,99% (31.986 votos).
A comissão eleitoral tem três dias para transmitir os resultados ao Conselho Constitucional, que tem sete dias para os validar.
Eleito em 2010 e reeleito em 2015, Ouattara tinha anunciado em Março que não se candidataria a um terceiro mandato, antes de mudar de ideias em Agosto, após a morte do "delfim", designado como candidato presidencial, o então primeiro-ministro Amadou Gon Coulibaly.
A Constituição da Côte d'Ivoire prevê um máximo de dois mandatos presidenciais, mas o Conselho Constitucional considerou que, com a reforma adoptada em 2016, a contagem de mandatos de Ouattara tinha sido recolocada a zero, dando cobertura a uma nova candidatura.
Na segunda-feira, a oposição da Costa do Marfim, que considera um terceiro termo inconstitucional, anunciou um Conselho de Transição, liderado por Bédié, para a formação de um "governo de transição" até novas eleições presidenciais, após um fim de semana marcado pela violência.
No domingo, no dia seguinte às eleições, a oposição tinha apelado uma "transição civil" e à "mobilização geral dos ivoirienses para pôr fim à ditadura e à má gestão do Presidente cessante".
Pelo menos nove pessoas morreram durante o fim de semana em numerosos incidentes e confrontos que afectaram principalmente a metade sul do país.
Antes da votação, cerca de 30 pessoas tinham morrido em actos de violência pelo país, levantando receios de uma repetição dos conflitos pós-eleitorais registados há dez anos.
Estima-se que três mil tenham morrido devido à recusa do antigo Presidente Laurent Gbagbo de admitir a derrota face ao sucessor, Alassane Ouattara.
Assuntos Côte d'Ivoire
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